Fernanda Torres é contra o atual discurso que diminui artistas por nascerem em famílias de celebridades consagradas, os nepo babies. Em entrevista à IndieWire, a atriz brasileira comentou a sua relação familiar com Fernanda Montenegro e se o parentesco a tem ajudado na atual temporada de premiações. Torres venceu o Globo de Ouro no último domingo (5) por seu trabalho no filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.

"É uma dessas coisas que é apenas a luta errada", disse a artista sobre o tema. "A boa luta é combater com boa educação para todos. Desigualdade não é baseada nas chances que um nepo baby pode ter. Você pode matar todos os nepo babies do mundo e você não vai resolver o problema da desigualdade. Taxar grandes fortunas é uma forma de lutar contra a desigualdade. Lutar por saúde para todos, por educação para todos."

"Você não precisa matar um nepo baby assim que ele nasce. Eu odeio muito essa ideia porque ela é antiga, que as pessoas aprendem no ambiente em que vivem. A mesa de jantar da minha casa era o lugar onde os meus pais ensaiavam. Isso não significa que quando você é um nepo baby a sua vida está resolvida. Ao contrário. você tem que inventar você mesmo. Você tem outros problemas."

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Ainda Estou Aqui é ambientado no Brasil de 1971, e mostra um país em crise e sob o controle cada vez maior da ditadura militar. Baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, a história verídica acompanha uma mãe de cinco filhos que é obrigada a se reinventar como ativista quando seu marido é sequestrado pela Polícia Militar e desaparece sob sua custódia.

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Primeiro longa de Walter Salles em uma década, Ainda Estou Aqui segue em cartaz nos cinemas e conta ainda com Selton Mello no elenco e participação especial de Fernanda Montenegro, com quem o cineasta trabalhou no memorável Central do Brasil, como uma versão mais velha de Eunice.

Ainda Estou Aqui segue em cartaz no Brasil e já atraiu mais de três milhões de espectadores ao cinema. O filme foi premiado com o troféu de Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2024.

Fonte: Omelete // Pedro Strazza