As polêmicas envolvendo a atriz Karla Sofía Gascón, de Emilia Pérez, continuam a movimentar as redes sociais e os sites especializados. Após dizer que a equipe de Fernanda Torres e do filme Ainda Estou Aqui a atacavam na internet, algo que a brasileira já havia dito para seus seguidores não fazerem em um vídeo, usuários do X (antigo Twitter) descobriram diversas publicações antigas da protagonista do filme da Netflix, sobre temas como a expulsão de árabes da Europa, o caso do assassinato de George Floyd e a diversidade em cerimônias do Oscar.

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A maioria das publicações foram feitas entre 2020 e 2021, no ápice da pandemia da COVID-19, mas tweets mais recentes também estão no meio das mensagens destacadas.

Segundo a Variety, ainda longe de seu papel em Emilia Pérez, que lhe rendeu a primeira indicação de uma mulher assumidamente trans ao Oscar de Melhor Atriz - dentre as 13 indicações do filme da Netflix - Gascón criticou a cerimônia de 2021, que premiou Nomadland. “Cada vez mais o #Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto. Não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M”, escreveu Gascón referenciando os movimentos e protestos feministas. “Fora isso, uma festa feia, feia”, completou sobre a festa organizada na Union Station, em Los Angeles, fora do tradicional Dolby Theater, por causa da pandemia da COVID-19.

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Sobre o vírus da pandemia, Gascón repetiu comentários preconceituosos, que associavam o vírus ao povo da China. "Há tantos cientistas no mundo fazendo bombas, tantos acadêmicos construindo objetos para o espaço, tantas fábricas de medicamentos e não há ninguém que consiga entrar na fila dessa merda chinesa. No final, foi um show tremendo para uma nova variante da gripe, aviária ou coronavírus.”, publicou.

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A publicação também reportou que em novembro de 2020 uma das mensagens de Gascón dizia: "Sinto muito, é só impressão minha ou há mais muçulmanos na Espanha? Toda vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e as saias abaixadas até os calcanhares. No ano que vem, em vez de inglês, teremos que ensinar árabe", traduziu a publicação do espanhol para o inglês.

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Em outra postagem de 2020, ainda sobre o islamismo, Gascón utilizou a foto de uma família muçulmana, onde a esposa utilizava uma burca para criticar a religião e seu "machismo". “O islamismo é maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres são respeitadas e, quando são respeitadas, ficam com um pequeno buraco quadrado no rosto para que seus olhos e bocas possam ser vistos, mas somente se ela se comportar. Embora eles se vistam assim para seu próprio prazer. “QUÃO PROFUNDAMENTE REPUGNANTE DA HUMANIDADE.” 

Em 2021 ela aumentou sua crítica para todas as religiões, onde afirmou estar farta do islamismo, cristianismo, catolicismo e "de todas as crenças idiotas que violam os direitos humanos".

Em seus comentários sobre o assassinato de George Floyd, poucos dias após a morte que deu início aos protestos nos EUA e no mundo, Karla Sofía Gascón disse: "Eu realmente acho que muito poucas pessoas se importaram com George Floyd, um vigarista viciado em drogas, mas sua morte serviu para demonstrar mais uma vez que há pessoas que ainda consideram os negros como macacos sem direitos e consideram os policiais como assassinos". "Eles estão todos errados", completou.

Até o momento, a Netflix, que detém os direitos de Emilia Pérez no exterior, e a Academia do Oscar não comentaram para a Variety sobre o caso. Os representantes de Gascón também não se manifestaram.

Emilia Pérez estreia nos cinemas brasileiros em 6 de fevereiro após conquistar 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz e Atriz Coadjuvante.

Fonte: Omelete // Alexandre Almeida