Apesar do sucesso e das premiações, parece que Ainda Estou Aqui não passou ileso de críticas na França. O crítico Jacques Mandelbaum, do Le Monde, parece não ter gostado do longa dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello. 

Em sua crítica, Mandelbaum criticou a "concentração melodramática" na figura de Eunice Paiva, dizendo que ela faria o filme "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário". O jornalista ainda criticou a atuação de Fernanda Torres, chamada de "monocórdica".

Mandelbaum ainda compara o filme a Aquarius, com Sônia Braga, comentando que Eunice no filme é uma representação quase que religiosa do sofrimento, diferente do que acontece no longa estrelado por Braga. O Le Monde ainda dá uma estrela, em uma escala que vai até quatro. 

Entretanto, o filme parece estar fazendo sucesso no país. A revista Télérama deu ao longa "très bien", muito bem em francês, a segunda maior escala da revista. Já o Le Figaro, elogia Torres e a chama de "uma das maiores atrizes do mundo", e o jornal diz que o longa é uma homenagem magnífica a figura de Eunice Paiva. 

A revista Trois Couleurs disse que Ainda Estou Aqui é "um painel dilacerante" que conecta o passado a atualidade do fascismo. Outros veículos de importância elogiaram o filme, como o Les Échos, L'Humanité, La Croix, Sud Ouest e Le Point também tecendo elogios ao longa. 

Ainda Estou Aqui é ambientado no Brasil de 1971, e mostra um país em crise e sob o controle cada vez maior da ditadura militar. Baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, a história verídica acompanha uma mãe de cinco filhos que é obrigada a se reinventar como ativista quando seu marido é sequestrado pela Polícia Militar e desaparece sob sua custódia.

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Fonte: Omelete // Igor Pontes