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Steven Soderbergh fala sobre IA em Hollywood: "Não pode substituir pessoas"

Publicado em 02/07/24 22:00

Steven Soderbergh, famoso produtor e diretor conhecido por obras marcantes na indústria cinematográfica, como Kafka e Onze Homens e Um Segredo, falou um pouco em entrevista sobre as rápidas mudanças em Hollywood, incluindo a utilização de inteligência artificial. As informações são do The Hollywood Reporter.  

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Ao ser perguntado sobre a atual atmosfera de Hollywood, o produtor contou que todos estão aterrorizados. "Bem, posso dizer que todos estão aterrorizados com tudo. Estamos no meio de uma correção que era inevitável.", disse, acrescentando.

"Foi como o Velho Oeste por um tempo, sabe, de 2010 a 2020, onde parecia que as empresas de streaming surgiram, e um monte de coisas estavam sendo feitas, e as pessoas estavam sendo pagas demais. Eu estava ciente disso enquanto acontecia e estava aproveitando. Mas eu pensava: 'Isso não é sustentável, não pode continuar'", revelou Soderbergh.

Sobre IA, ele disse que não vê como uma ameaça, mas sim uma ferramenta interessante que precisa ser usada com consciência, sem substituir o ser humano.

"Não tenho medo de IA. Não vejo como uma ameaça. Acho que é uma ferramenta interessante. Mas ela não pode substituir, em última análise, pessoas de uma forma que seja ameaçadora. Eu trabalhei com todas as várias ferramentas. Você precisa lembrar: se você dissesse, 'Faça um filme em que tudo, os atores, mesmo que sejam atores conhecidos, a localização, tudo fosse gerado, e parecesse, entre aspas, real', as pessoas estariam cientes do experimento.", contou, adicionando que o público nunca aceitaria um filme feito por IA.

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"Acho que o público nunca aceitará um filme totalmente gerado por IA porque isso lhes parece uma ameaça. Eles sentem que a experiência humana foi sequestrada pela tecnologia. E sinto que se você mostrasse a mesma coisa a alguém e dissesse que uma foi gerada por IA, a reação seria diferente. Mesmo que não fosse verdade. Temos uma reação instintiva de nos sentirmos excluídos de uma obra de arte. Então, estou apenas usando de maneiras que acho úteis, mas ela não pode finalizar nada. Um humano precisa finalizar.", concluiu o diretor.

Fonte: Omelete // Guilherme Careta

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