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Quentin Tarantino se despede de Ennio Morricone: 'Vida longa ao Rei'

Publicado em 08/07/20 22:00

Quentin Tarantino fez uma singela homenagem ao compositor Ennio Morricone, que morreu aos 91 anos na segunda (6).

No Twitter de sua rede de cinemas, a New Beverly, o diretor publicou uma foto ao lado do músico italiano e escreveu apenas uma frase. "O Rei está morto. Vida longa ao Rei!".

Tarantino é um fã confesso da obra de Morricone, tendo usado músicas criadas por ele em vários de seus filmes, como "Kill Bill Vol. 2" e "Django Livre". Os dois tiveram a oportunidade de trabalhar juntos em "Os Oito Odiados", filme de 2015 que rendeu ao compositor o seu único Oscar competitivo — ele havia recebido um em 2007 pelo conjunto de sua obra.

No ano passado, os nomes de Tarantino e Morricone viraram manchetes por conta de uma suposta entrevista do músico para a edição alemã da "Playboy", onde criticava de forma enfática o cineasta.

Morricone precisou vir à público negar que teria falado mal de Tarantino e também da Academia que entrega o Oscar. "Eu fui informado que a 'Playboy' alemã lançou um artigo onde eu digo coisas extremamente negativas sobre Tarantino e seus filmes, além da Academia do Oscar. Eu não disse nada do que está escrito no artigo - e certamente não considero os filmes de Quentin 'um lixo'", disse ele em comunicado oficial ao "The Hollywood Reporter".

Na suposta entrevista, Morricone qualificava Tarantino como "um cretino", e criticava a forma como o diretor "roubava" de grandes mestres para fazer seus filmes.

"Eu considero Tarantino um grande diretor. Vejo com muita afeição a nossa colaboração, e o relacionamento que desenvolvemos no tempo em que passamos juntos", continuou Morricone no comunicado. "Ele é corajoso e tem uma enorme personalidade. Nossa colaboração me trouxe um Oscar, o que com certeza é uma das grandes honras da minha carreira. Eu sempre serei grato pela oportunidade de compor a música de seu filme".

"Em Londres, durante uma coletiva de imprensa na frente de Tarantino, eu disse claramente que o considerava um dos grandes cineastas de todos os tempos. Além disso, eu jamais falaria mal da Academia — ela é uma instituição importante que me deu algumas das maiores honras da minha carreira", completou na ocasião.

Pouco tempo depois, a "Playboy" alemã se desculpou e assumiu o erro. "Até agora, considerávamos o freelancer que conduziu a entrevista com Ennio Morricone em nosso nome como um jornalista renomado tanto no impresso quanto no rádio", disse o editor Florian Boitin. "No passado, não tivemos razões para duvidar de sua integridade jornalística e suas habilidades".

"Baseando-se na informação que temos à disposição, precisamos, infelizmente, assumir que as palavras ditas na entrevista foram reproduzidas, em parte, erroneamente. Queremos expressar o nosso arrependimento se retratamos o Sr. Morricone em uma luz falsa. Estamos trabalhando para clarificar este assunto e explorando medidas legais".

Fonte: UOL Cinemas // UOL

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