Oscar 2025 | Veja o ranking e notas dos indicados a Melhor Filme
Publicado em 23/01/25 14:00
O Oscar 2025 finalmente revelou seus indicados e a lista principal com as 10 produções indicadas ao prêmio de Melhor Filme inclui o brasileiro Ainda Estou Aqui, junto com produções como Conclave, Emília Pérez e Anora. Ao longo de 2024 e no início de 2025, o Omelete assistiu todos os filmes indicados na principal categoria, seja nas coberturas dos festivais de Cannes, Toronto, Rio de Janeiro e São Paulo.
Meli+: assine Disney+, Max e Paramount+ com descontoAproveitamos então para fazer o nosso ranking com as notas dos indicados ao prêmio principal. Confira abaixo.
Fica ligado que até a premiação, você encontrá mais de outros filmes que estarão no Oscar 2025, como documentários, animações e outros.
A cerimônia de entrega do Oscar deste ano acontece no domingo do dia 2 de março, às 21h. No Brasil, a transmissão acontecerá na televisão fechada, pela TNT, e na Max, pelo streaming.
Ainda Estou Aqui
Nota: 5 ovos
Leia a nossa crítica: Ainda Estou Aqui é drama universal com Fernanda Torres brilhante
"Em um período em que muitos flertam com o fascismo e com ideias de que 'naquela época é que era bom', Ainda Estou Aqui é o retrato de uma família destroçada pela “época boa” que durou mais de 25 anos e até hoje nunca revelou toda a sua verdade. Um drama que nunca cai nas armadilhas do gênero e utiliza a força da jornada da protagonista como uma janela para o passado, focado sempre na sombra que rodeava a casa dos Paiva e ainda está observando a todos de perto - assim como os agentes da ditadura fizeram com Eunice e seus filhos." - Alexandre Almeida
A Substância
Nota: 5 ovos
Leia a nossa crítica: A Substância é uma tonelada de dinamite explodindo por 2h30 sem parar
"De certa forma, todos os jogos de A Substância são, pelo menos, jogos duplos. Se render e se rebelar contra a linguagem masculinizada do cinema, ter asco e admirar a carência absoluta (e manufaturada!) que dirige a vaidade feminina, reciclar imagens do horror (O Iluminado, Carrie, etc) para reclamá-lo como inteiramente seu. Que ele suporte todas essas contradições, e siga em frente sem dar sinal de engasgo, é testamento da obra de arte excepcional que ele é." - Caio Coletti
Conclave
Nota: 5 ovos
Leia a nossa crítica: Conclave transforma eleição do papa em um fantástico thriller de espionagem
"Conclave acha espaço para discussões atuais que a escolha do líder de uma potência com mais de 1.3 bilhão de seguidores sempre deveria exigir. É uma missão tão grande quanto salvar o mundo de um conflito nuclear ou desmantelar o assassinato de um presidente, e Berger entende isso ao fazer um dos grandes filmes do ano - e um thriller, no mínimo, sensacional." - Alexandre Almeida
Anora
Nota: 4 ovos
Leia a nossa crítica: Anora lamenta o mundo onde tudo é transacional - mas sem perder a ternura
"Baker, que também assina o roteiro e a montagem, mostra consciência invejável da potência de sua mensagem ao segurar a pisada no freio emocional da trama para os últimos minutos, talvez até segundos, do filme. Mas há também nesse cineasta comedido que parece ter surgido nos últimos anos algo de dissimulação que não existia antes - nos diálogos gritados, situações esdrúxulas e picuinhas mesquinhas de Anora, Baker deixa-se escorregar para o cinema do caos calculado, que é muito menos excitante que o cinema visceral que ele fazia antes." - Caio Coletti
Nickel Boys
Nota: 4 ovos
Leia a nossa crítica: Nickel Boys é um conjunto de memórias e pesadelos sob fantástica narrativa
"Nickel Boys parece beber da amarga delicadeza do Moonlight, de Barry Jenkins, e do cinema filosófico e de percepção de Terrence Malick, construindo um emaranhado de sentimentos para que cresçamos junto Elwood e Turner a cada nova lembrança daquele pesadelo em que viviam. Um encontro e o twist no final podem parecer mais cinematográficos do que deveriam, mas ainda assim são catárticos, doloridos e uma prova de que mesmo vivendo sob o ponto de vista daquela situação de Elwood e Turner, tudo isso ainda é parte de uma peça de arte e cinema. A realidade fica para a hora que ela chega ao fim, com o preto e branco dos créditos iguais aos dos registros reais dos reformatórios e da década de 1960. " - Alexandre Almeida
Wicked
Nota: 4 ovos
Leia a nossa crítica: Wicked vive e morre - e voa! - por uma Cynthia Erivo magistral
"Wicked, afinal, é em grande parte sobre como nunca podemos confiar em um bully. E é ao expressar a ingenuidade (ou talvez seja mais caridoso dizer “vontade de acreditar”) e coração partido de quem comete esse erro que Cynthia Erivo se torna a presença definidora do filme. Esbanjando entendimento da personagem, ela empresta a Elphaba um simulacro de dureza que é tão admirável quanto trágico, uma fome por aceitação própria que é dolorosamente real tanto quanto é triunfalmente superada pela vontade de ajudar os outros e se manter fiel aos seus princípios. Inspiracional e acessível, Erivo entrega a atuação de uma carreira em um papel que deve consolidá-la como estrela de primeira grandeza - e que salva o filme em que está inserida de um equívoco fatal." - Caio Coletti
Duna - Parte 2
Nota: 3 ovos
Leia a nossa crítica: Duna - Parte 2 adere de vez ao gigantismo para superestimar seu impacto
"Se Duna 2 trafega num fio de navalha - minimizar a carga cultural e étnica do material do livro e ser acusado de embranquecê-lo, ou assumir plenamente essa carga e ser acusado de orientalismo - Javier Bardem atua solto e despreocupado (dá até pra dizer que se diverte muito) como se essa questão não lhe dissesse respeito, em absoluto. O filme desidrata quando Stilgar não está em cena; é através dele que o impacto da profecia se sente de fato, como se reverberasse na sua postura e nas reações ao que vê e vive - não em texto ou subtexto mas em ação. Que sua atuação provavelmente seja recebida como um mero alívio cômico diz muito sobre o que há de mais crítico na tal crise." - Marcelo Hessel
Um Completo Desconhecido
Nota: 3 ovos
Leia a nossa crítica: Um Completo Desconhecido escapa da média com um Timothée Chalamet hipnotizante
"Melhor do que a maioria das cinebiografias musicais que vimos nos últimos anos, Um Completo Desconhecido é um prato cheio para os fãs de Bob Dylan e de música em geral. Os grandes sucessos estão lá, o visual e, desculpe soar repetitivo, Timothée Chalamet nos faz acreditar que estamos vendo o jovem Dylan na tela. Entretanto, comparado com outras obras sobre o cantor e compositor, aí talvez o filme de James Mangold só passe na média, algo que Dylan e suas canções nunca foram." - Alexandre Almeida
O Brutalista
Nota: 3 ovos
Leia a nossa crítica: O Brutalista varia entre o imponente e frustrante na busca de um épico americano
"O maior feito de O Brutalista vem na identificação de como essa quebra entre expectativa e realidade acontece, e quem a causa, ou o que. Como dinheiro, poderosos, guerra e preconceito conseguem retirar da arte e das pessoas a sua alma. Talvez esse seja o melhor argumento a favor do brutalismo. Na majestade temível do concreto, essas construções resistem à erosão do tempo e da ganância." - Guilherme Jacobs
Emília Pérez
Nota: 3 ovos
Leia a nossa crítica: Emilia Pérez é um filme muito mais convencional do que acredita ser
"Por mais que Emilia Perez, a personagem, não tenha existido de verdade, a gana de Audiard em abarcar toda a sua vida, todo a sua jornada, muita vezes transforma o filme em uma biopic (ainda que ficcional) protocolar. Emilia Perez, o filme, sofre da mesma falta de definição dramática de um Johnny & June, ou de um Rustin - ao invés de um arco dramático, ele tem uma sucessão de acontecimentos dramáticos que não se juntam em um todo satisfatório. Eis aqui a história de uma vida, sim, mas o que ela tem como dizer, a título de narrativa? Audiard nunca realmente encontra essa resposta, o que é uma pena." - Caio Coletti
Fonte: Omelete // Alexandre Almeida