FILMES NO CINEMA

Filho de Hayao Miyazaki fala que IA poderá fazer filmes em 2 anos

Publicado em 04/04/25 09:00

Goro Miyazaki, filho de Hayao Miyazaki e que também trabalha no Studio Ghibli, falou à Agence France-Presse sobre inteligência artificial.

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Miyazaki filho não citou diretamente a trend que pairou sob o estilo artístico do estúdio de seu pai, mas comentou como a tecnologia impressiona e como ela pode criar coisas no futuro próximo.

"Não seria surpreendente se, em dois anos, houvesse um filme feito completamente por IA", disse ele, durante entrevista.

A entrevista foi concedida por Miyazaki, na verdade, dias antes da trend ser lançada a partir de uma atualização no ChatGPT. Mas, apesar de se impressionar com a IA, o filho de Miyazaki garante que as produções do Studio Ghibli são únicas. "Não é como se eles pudessem ser substituídos", disse, falando ainda de trabalhos marcantes do estúdio, como O Menino e a Garça, vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2024.

Goro Miyazaki também destacou que o diferencial do Studio Ghibli é que ele produz animações com elementos adultos, pois seus principais criadores conheceram os horrores da guerra. Hayao Miyazaki e Isao Takahata, diretor de O Conto da Princesa Kaguya, falecido em 2018, foram citados pelo filho do diretor. "É isso que realmente torna o trabalho tão profundo. É impossível criar algo com o mesmo senso, abordagem e atitude que a geração do meu pai tinha", complementou.

Miyazaki criticou o uso de IA anos atrás

Em 2016, muito antes da OpenAI recriar o estilo do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, cocriador do estúdio e lendário cineasta japonês, criticou o uso de IAs para criar animações. Na ocasião, durante reunião na qual foi exibida uma demonstração, ele desaprovou o uso da tecnologia.

"Estou completamente enojado. Se você realmente quer fazer coisas assustadoras, pode ir em frente e fazer. Eu nunca desejaria incorporar essa tecnologia ao meu trabalho. Eu sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida", disse o diretor.

O uso de IA para criar animações e outros elementos de obras, sejam audiovisuais ou não, tem sido uma das principais discussões da indústria cinematográfica. Diretores, atores, roteiristas e dubladores já se manifestaram a favor ou contra as ferramentas, um problema que ainda deve render por alguns anos.

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Fonte: Omelete // Felipe Vinha

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