Roberto Mauro

Roberto Mauro Benmyara Vidal (Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1940 - Rio de Janeiro, 29 de abril de 2004) foi um ator, diretor, produtor e roteirista brasileiro. Roberto Mauro foi um dos produtores cinematográficos no ciclo de produção da boca do lixo, na cidade de São Paulo, onde se produzia filmes de caráter popular com uma grande aceitação, um exemplo são as inúmeras pornochanchadas produzias nesta região . Seus maiores sucessos são: "Desejo Violento" (1978), "Um Menino... Uma Mulher" (1980) e "A Praia do Pecado" (1977).

Aproveitando uma onda de mudanças e na difusão de novos gêneros, no cinema brasileiro, Roberto Mauro vinha a ser pioneiro no surgimento das pornochanchadas, em 1970 . (década onde estas se consolidaram como forte gênero popular). Suas pornochanchadas costumam se valer de histórias de humor mirabolantes, temáticas policiais e até mesmo de cangaço.

Pelo contrário das chanchadas, que se limitavam a satirizar temas sociais e filmes do cinema de Hollywood sem malícias contundentes, as pornochanchadas introduziram intenções bem mais explícitas ao cinema, ainda assim mantendo um equilíbrio entre o humor e erotismo como forma de liberação de costumes e revolução sexual, ao mesmo tempo que impunha aventura, drama e violência, numa prova viva de que a erotização nas pornochanchadas não obscurece a atuação de outros afamados gêneros cinematográficos.

Enquanto as pornochanchadas, de modo geral, representavam um processo de libertação de valores, numa tentativa de afrontar as normas padrões na sexualidade, doutro modo, utilizavam essa voz de erotismo como o elemento que carregava os filmes, geralmente pautadas em tramas policiais, narrativas de aventura e histórias de cangaço. Em " As Cangaceiras Eróticas"(1974), de Roberto Mauro, por exemplo, já havia uma troca de valores sociais na questão do erotismo - a figura sensual da mulher, subvertia a ideia de fêmea disponível para o desfrute do prazer sexual do homem. Na trama, o bando de cangaceiras utilizava o sexo como instrumento de prazer, mas ainda assim, o representava como uma arma de dominância e de vingança contra seus inimigos homens.

Ao final dos anos 80, Roberto Mauro se converte ao cristianismo protestante e se torna pastor na Igreja Evangelho Quadrangular. Após a sua conversão, Roberto Mauro para de produzir filmes, mas reconhece o valor históricos e culturais das pornochanchadas.