Joan Crawford (nascida Lucille Fay LeSueur; San Antonio, 23 de março de 1904 – Nova Iorque, 10 de maio de 1977) foi uma atriz estadunidense. Começando como dançarina em companhias teatrais itinerantes antes de estrear na Broadway, Crawford assinou um contrato com a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) em 1925. Inicialmente frustrada com o tamanho e a qualidade de seus papéis, Crawford começou uma campanha de auto-publicidade e tornou-se nacionalmente conhecida como melindrosa no final da década de 1920. Na década de 1930, a fama de Crawford rivalizava com suas colegas da MGM, Greta Garbo e Norma Shearer, com quem estrelou nos filmes "Grande Hotel" e "Mulheres", respectivamente. Crawford costumava interpretar jovens trabalhadoras que encontram romance e sucesso financeiro. Essas histórias "da pobreza à riqueza" foram bem recebidas pelo público na era da Grande Depressão, populares principalmente entre as mulheres. Crawford tornou-se uma das estrelas de cinema mais proeminentes de Hollywood e uma das mulheres mais bem pagas dos Estados Unidos, mas seus filmes começaram a perder dinheiro e, no final da década de 1930, foi rotulada como "veneno da bilheteria".
Sua carreira melhorou gradativamente no início da década de 1940, culminando em um grande retorno ao centro das atenções em 1945, quando estrelou o drama "Alma em Suplício", filme pelo qual recebeu o Oscar de melhor atriz. Ela ainda seria indicada ao prêmio mais duas vezes, por "Possessed" (1947) e "Sudden Fear" (1952). Crawford continuou a atuar nas décadas seguintes, conseguindo um ótimo desempenho nas bilheterias com o filme de suspense "What Ever Happened to Baby Jane?" (1962), no qual estrelou ao lado de sua Bette Davis. Apesar do sucesso do filme, seus papéis seguintes se limitaram a filmes B de suspense e episódios em programas de televisão.
Em 1955, ela se envolveu com a Pepsi-Cola Company através de seu casamento com o então presidente da companhia, Alfred Steele. Após a morte dele em 1959, Crawford foi eleita para preencher sua vaga no conselho de administração da empresa, sendo uma das primeiras mulheres a exercer o cargo de diretor executivo nos Estados Unidos. Ela se viu forçada a se aposentar em 1973, após a eleição de Don Kendall para o cargo de presidente da empresa. Durante essa época, Crawford se tornou uma espécie de garota propaganda informal da empresa, viajando o mundo inteiro para inaugurar fábricas de refrigerante, aparecendo em comerciais de televisão da marca e insistindo com os diretores de seus filmes para que o produto fosse inserido neles.
Após o lançamento do filme de terror britânico, "Trog", em 1970, Crawford decidiu se aposentar das telas, embora ainda tenha participado de um episódio na série de televisão "The Sixth Sense", em 1972. Após uma aparição pública em 1974, na qual fotos que desagradaram a atriz foram publicadas em jornais, Crawford decidiu se retirar da vida pública de uma vez por todas, e tornou-se cada vez mais reclusa. À época, ela somava quase cinco décadas de vida pública, num período que ia do cinema mudo ao advento da televisão. Ela faleceria quase três anos após esse incidente, de infarto, e foi enterrada no cemitério de Ferncliff.
Crawford se casou quatro vezes. Seus três primeiros casamentos terminaram em divórcio; o último terminou com a morte do seu marido, Alfred Steele. Ela adotou cinco filhos, um deles acabou sendo devolvido à mãe biológica, após ser reivindicado por ela. A relação de Crawford com seus dois filhos mais velhos, Christina e Christopher, era difícil. Crawford deserdou-os e, após a sua morte, Christina escreveu um livro de memórias, "Dearest Mommie", no qual relata supostos abusos nos quais ela e o irmão teriam sido vítimas. As filhas mais novas da atriz, Cathy e Cindy, negam os relatos. O livro de Christina reacendeu o interesse por Crawford, dando origem a um novo filme sobre a atriz, transformando-a num ícone da cultura pop camp, reivindicado por novas gerações.