
Jean-Luc Godard (Paris, 3 de dezembro de 1930 – Rolle, 13 de setembro de 2022) foi um cineasta, roteirista e crítico de cinema franco-suíço. Notabilizou-se por ser uma das figuras centrais da Nouvelle vague, influente movimento cinematográfico francês dos anos 1960.
Como outros cineastas e críticos de cinema da sua geração, associados sobretudo à Cahiers du Cinéma, Godard criticou a "Tradição de Qualidade" do cinema francês, que "enfatizava o ofício sobre a inovação, privilegiava os diretores estabelecidos sobre os novos e preferia as grandes obras do passado à experimentação". Como resultado de tal argumento, ele e críticos com a mesma opinião começaram a fazer seus próprios filmes. Muitas das obras cinematográficas de Godard desafiam as convenções da Hollywood tradicional, além do cinema francês. Em 1964, Godard descreveu o impacto de seus colegas: "Entramos no cinema como homens das cavernas no Versalhes de Luís XV". Ele é frequentemente considerado o cineasta francês mais radical das décadas de 1960 e 1970. Além de mostrar um profundo conhecimento da história do cinema, ele era um ávido leitor da filosofia existencialista e marxista. Seus filmes recentes são sobre conflitos sociais e políticas da representação de uma perspectiva humanista marxista.
Em uma pesquisa da Sight & Sound em 2002, Godard ficou em terceiro lugar numa lista da crítica entre os dez principais diretores de todos os tempos. Diz-se que ele "criou um dos maiores corpos de análise crítica que qualquer outro cineasta desde meados do século XX". Seu trabalho tem sido central nos desdobramentos contemporâneos da narratologia ao desafiarem "as normas comerciais do cinema narrativo e o vocabulário da crítica de cinema".
Ele foi casado duas vezes, com as atrizes Anna Karina e Anne Wiazemsky, ambas estrelas em vários de seus filmes. Suas colaborações com Karina — que incluíram filmes aclamados pela crítica como Bande à part (1964) e Pierrot le Fou (1965) — foram tidas como "indiscutivelmente o corpo de trabalho mais influente na história do cinema" pela revista Filmmaker. Em 2010, Godard recebeu um Oscar Honorário, mas não compareceu à cerimônia de premiação.