Ruth Elizabeth "Bette" Davis (Lowell, 5 de abril de 1908 — Neuilly-sur-Seine, 6 de outubro de 1989), foi uma atriz estadunidense de cinema, televisão e teatro. Conhecida por sua vontade de interpretar personagens antipáticas, ela era venerada por suas atuações numa variada gama de gêneros cinematográficos; de melodramas policiais, filmes de época e comédias, embora seus maiores sucessos tenham sido romances dramáticos. Ganhadora de dois Oscars, ela foi a primeira atriz a acumular dez indicações.
Depois de aparecer na Broadway, em Nova Iorque, Davis, de 22 anos, mudou-se para Hollywood em 1930. Depois de alguns filmes malsucedidos, ela teve seu sucesso crítico interpretando uma garçonete vulgar em "Escravos do Desejo" (1934) embora, contenciosamente, ela não estivesse entre as três indicadas ao Oscar de melhor atriz naquele ano. No ano seguinte, sua atuação como uma atriz decadente em "Dangerous" (1935) deu a Davis sua primeira indicação, na qual ela ganhou. Em 1937, ela tentou se libertar de seu contrato com a Warner Bros.; embora ela tenha perdido o processo legal, marcou o início de mais de uma década como uma das mais célebres protagonistas do cinema estadunidense. No mesmo ano, ela estrelou "A Mulher Marcada", um filme considerado como um dos mais importantes do início de sua carreira. O retrato de Davis como uma beldade sulista da década de 1850 em "Jezebel" (1938) a fez ganhar um segundo Oscar de melhor atriz, e foi o primeiro de cinco anos consecutivos em que recebeu uma indicação ao prêmio; os outros foram para "Dark Victory" (1939), "A Carta" (1940), "The Little Foxes" (1941) e "A Estranha Passageira" (1942).
Davis era conhecida por seu estilo vigoroso e intenso de atuação e ganhou a reputação de perfeccionista em seu ofício. Ela podia ser combativa e confrontadora com executivos dos estúdios e diretores de cinema, bem como com seus colegas de elenco, esperando deles o mesmo alto padrão de desempenho e comprometimento que esperava de si mesma. Sua maneira direta, fala idiossincrática e cigarro onipresente contribuíram para uma persona pública que muitas vezes foi imitada e satirizada.
Interpretou uma estrela da Broadway em "All About Eve" (1950), que lhe rendeu outra indicação ao Oscar e lhe rendeu o prêmio de melhor atriz, no Festival de Cannes. Sua última indicação ao Oscar foi para "What Ever Happened to Baby Jane?" (1962), que estrelou com sua famosa rival Joan Crawford. Na última fase de sua carreira, seus filmes de maior sucesso foram "Death on the Nile", e "As Baleias de Agosto" (1987). Sua carreira passou por vários períodos de pausa, mas apesar de um longo período de problemas de saúde, ela continuou atuando no cinema e na televisão até pouco antes de sua morte, de câncer de mama, em 1989. Davis admitiu que seu sucesso muitas vezes foi à custa de seus relacionamentos pessoais. Foi casada quatro vezes, divorciou-se três e ficou viúva uma vez, quando seu segundo marido morreu inesperadamente. Criou seus filhos em grande parte como mãe solteira. Sua filha, B. D. Hyman, escreveu um livro de memórias controverso sobre sua infância, "My Mother's Keeper" (1985).
Davis foi a co-fundadora da Hollywood Canteen, um clube de comida, dança e entretenimento para militares durante a Segunda Guerra Mundial, e foi a primeira mulher presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Ela também foi a primeira mulher a receber um Lifetime Achievement Award ("Prêmio de Contribuição em Vida"), do Instituto Americano de Cinema. Em 1999, Davis ficou em segundo lugar, atrás de Katharine Hepburn, na lista das 50 maiores lendas da era de ouro de Hollywood.
Possui duas estrelas na Calçada da Fama, uma referente ao seu trabalho no cinema e outra referente ao seu trabalho na televisão. Estão localizadas em 6225 Hollywood Boulevard e 6233 Hollywood Boulevard.